Reviravoltas

 As sonoridades profundas de vossa alma são ouvidas pelo orgulho, escorrendo pelos corais dos meus belos fados. Realçado vosso rosto de santo nesse seu corpo de pecado, engolia meus desejos para vos dar a infidelidade que é lei dos nossos caprichos sendo assim a nossa regra de viver…
Eu sinto isto, eu sei que vós sentis… Estas descargas eléctricas que me percorrem o corpo sempre que está por perto. Este desejo animal de me fundir em você, eu sinto-me a arder e só você me acalma. Inspirais-me em tudo, eu nunca me senti tão dependente de tal droga… Fiqueis comigo, fiqueis comigo  de agora para diante. Meu amor, não partais tão cedo e de tal forma ingénua.

Relembro desgraças, gritos e lágrimas, mas nada que se compare com tal sofrimento agora sentido. Pegadas de coragem que só a sua chama me incentiva, choros de prazer sádico momentâneo que amara. Narco estupefacto que sois vós, que com simples auroras ensopais meus mil sulcos abertas de perdição sentimental. Tiveras todas as qualidades desnecessárias de um Rei, excepto um pormenor a acertar… Um verdadeiro Rei de meu batimento, não bebe lágrimas de sofrimento, um verdadeiro Rei bebe lágrimas de paixão… Tereis de provar é uma sensação incrível …

- Acende-te luz, quero-te ver. Abre-te porta, quero-te sentir. Não me digas que não é aqui que eu devia de estar, pois foi aqui que o teu cheiro se tornou mais forte, foi aqui que deixeis de espalhar seu perfume irresistível!
- Não me importo, sabereis o que tendes de fazer para me ter em tuas belas mãos novamente . Tive de espalhar tal odor para ver novamente.
- Eu já não me engano, nunca mais irei a lado nenhum com a vossa ausência. Minhas palavras irão fazer luz aos caminhos da vitória. Porém não podereis ter medo da boa nova.
-  Eu não tenho medo, sois vós que o deveria ter.
- Medo não assombra as minhas paredes, não luta nos meus capilares e por último lugar terei tal de vós.
- Não deveria ter tão certas suas palavras. Pois sou o monstro dos monstros e seu coração não merece tais condolências.
- Eu correrei o risco, até á última aurora nos congelar num segredo naufragado. Sem dúvida que minhas condolências se tornaram em ditongos passados.

Isso, olhai-me e congelai-me, abrirdes meu interior e fechardes estas minhas fendas. A chama ardente, o símbolo de Santanás que permanece no meu fundo, o teu olhar vidrado em meus lábios carnudos apagará tais dramas que tua ausência provocara. Sons naturais que entram como pequenos choques eléctricos nos nossos lábios, são meros apetites que formam forças magnetizadas impulsivas para um remoto sempre de nós.

2 comentários:

Anónimo disse...

Oh meu deus, oh deus meus. Se me encantastes com tais palavras. Sois deveras genial e sem palavras te aplaudo

Mafalda'Pereira disse...

Muito obrigada Laura. Passados geniais que alguém esqueceu com meras ilusões :S